sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

das cinzas


[ Eu, Guarapari - Janeiro 2010 ]


Ela sorria para as pessoas na rua, e talvez tenha dado abertura pra que eles cobrassem dela, alem do que ela podia ou estava disposta a oferecer.
Ela costumava ser gentil com todos e talvez eles tenham entendido aquilo como obrigação e não educação.
Ela costumava conversar com quem for que encontrasse, e eles interpretaram aquilo como simples dever.

E aos poucos ela conseguiu ver como eles poderiam ser mesquinhos e cruéis.
Ela costumava acreditar que se podia ter muitos amigos, doce ilusão.
Foram necessários inúmeros abismos e poucos dispostos a oferecer as mãos, pra que ela percebesse que aquele conto de fadas que ela acreditava não passava de fantasia.
Ela despertou do sono, pra morte, ao perceber como deu sem receber e como relevou situações onde ela foi apunhalada sem piedade.
Mais ela renasceu, das cinzas, mais forte que nunca.
Hoje ela não se trata com leviandade, não entrega mais seu coração qualquer um.

Sarinha C. Ferreira